Peugeot diz que turbo deixaria preço do novo 208 inviável e defende 1.6: ‘motor seguro’

Peugeot diz que turbo deixaria preço do novo 208 inviável e defende 1.6: ‘motor seguro’

11/09/2020 às 06:30 Vista: 418 Vez(es)


Diretora da marca ainda afirmou que versão elétrica teve procura acima do esperado e que nova geração do 2008 não será produzida na América Latina. Peugeot 208 Divulgação/Peugeot A principal crítica da imprensa especializada e de leitores a respeito do novo Peugeot 208 está debaixo do capô. É o motor 1.6 aspirado. Seus números, 118 cavalos e 15,5 kgfm de torque, o deixam na média da concorrência, tanto em desempenho, como em consumo. Mas também passam longe de ser referência em modernidade. Além disso, ficam abaixo dos 130 cv e 23,5 do tão esperado motor 1.2 turbo de 3 cilindros da família PureTech, disponível no Brasil apenas em versão aspirada. Empresa criada na fusão da PSA com a Fiat Chrysler vai se chamar Stellantis Veja como anda o novo 208 elétrico Mais do que uma turbina, essa opção colocaria o 208 bem acima, e não na média, dos rivais. De qualquer forma, o hatch compacto chega para ser referência em tecnologia, com itens pouco usuais no segmento e uma plataforma moderna. A razão para o 1.2 turbo ter ficado de fora é simples: o custo. Peugeot 208 Divulgação/Peugeot Ficaria muito caro importar o motor pronto ou criar uma linha de produção para montagem de peças vindas da Europa. Outro fator que encareceria a conta é a adaptação do 1.2 turbo para os mercados do continente. Para não deixar o modelo com preços ainda mais elevados, a Peugeot optou pelo 1.6. “Quisemos apostar as fichas no motor seguro que é sinônimo de durabilidade”, explicou Ana Theresa Borsari, diretora-geral do Grupo PSA no Brasil. A executiva explicou que, mesmo com a possibilidade de aplicação em outros carros do grupo, como C3, C4 Cactus e 2008, a conta ainda não fecharia. “O mercado hoje não traria a escala para a industrialização local. [O preço que custaria] Não seria interessante nem para a montadora, nem para o consumidor”, completou. Por outro lado, a Peugeot parece ter acertado na escolha pela versão elétrica do 208. Desde que a versão foi divulgada, a Peugeot diz já ter recebido cerca de 150 clientes com interesse no modelo, que certamente custará mais que R$ 150 mil. Peugeot 208 e-GT Guilherme Fontana/G1 O 208 e-GT será tratado pela empresa como a variação mais refinada e mais esportiva. Com 136 cv, ele é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos. A autonomia é de 340 km. O G1 já avaliou o modelo. O preço oficial só será divulgado no começo de 2021, mesma época da chegada do modelo às concessionárias. Porém, com esses primeiros resultados animadores, a empresa já projeta que mais modelos elétricos ou híbridos podem ser lançados nos próximos anos. “Esse é o começo de uma história que queremos contar”, afirmou Ana Theresa. Questionada se 3008 e 5008 híbridos seriam os próximos dessa fila, a chefe da PSA no Brasil negou. Sem 2008 no continente Peugeot 2008 Divulgação Além desses modelos, a linha de híbridos e elétricos da Peugeot conta com sedã e perua da linha 508 (que não é vendida no Brasil) e com a nova geração do 2008. Este último pode ser a possibilidade mais forte. Mas não há qualquer confirmação por parte da PSA. Até porque os planos para o 2008 na América Latina são bem diferentes. O SUV teve a segunda geração lançada em meados de 2019 na Europa, e era especulada para a América Latina entre 2021 e 2022. Porém, sua produção local foi descartada. Em seu lugar, os mercados do continente continuarão com a primeira geração, que ganhou um retoque no visual e a combinação de motor turbo e câmbio automático em maio de 2019. O G1 também avaliou o modelo. “Sabemos que é importante estar no segmento. Acabamos de lançar o motor turbo no 2008. Ele ainda tem gás aqui”, afirmou a executiva. Peugeot 2008 THP automático Fábio Tito/G1 Outro modelo que passa longe das ruas sul-americanas é o Citroën C3 mais recente. Na Europa, a terceira geração existe desde 2016. Coincidência ou não, a versão nacional, ainda da segunda geração, não recebe mudanças significativas desde então. Mas isso está prestes a mudar. A PSA já produziu as primeiras unidades da plataforma CMP na unidade de Porto Real (RJ). “Ter essa plataforma demonstra que o grupo está com os dois pés na região”. Completou a executiva. A partir dessa base será montado o novo C3 nacional, diferente do modelo europeu. Isso acontece já no começo do ano que vem, segundo a consultoria IHS Markit. Configurações da Peugeot Landtrek Divulgação Os planos da PSA para a região ainda incluem a venda de uma picape média, com capacidade para 1 tonelada. A Peugeot Landtrek já foi confirmada, mas sua data de lançamento ou país em que será fabricada ainda não foram revelados. Todos esses novos produtos passam por uma nova estratégia também na hora da venda. Com o 208, a Peugeot está lançando um programa de financiamento do tipo “balão”, em que um cliente dá uma entrada, paga parcelas normalmente mais baixas, e, ao final do plano, pode dar o veículo na troca de outro, mais novo. A Peugeot ainda garante o pagamento do valor de tabela Fipe na hora da recompra. A aposta nesse programa é tão alta que a marca espera que metade das vendas do novo 208 sejam nessa modalidade. Essa seria mais uma forma de tentar acabar com o preconceito que a marca enfrentou em relação ao pós-vendas nos últimos anos – má fama reconhecida pela empresa. Em 2017, a marca começou um processo para tentar reconstruir a imagem junto aos clientes no Brasil. No programa, chamado Peugeot Total Care, estavam incluídas ações como entrega do veículo em até 24 horas no caso das revisões e garantia de que o valor do orçamento seria respeitado. A iniciativa mais ousada, porém, era de devolver o dinheiro do cliente, caso ele não ficasse satisfeito com o reparo. De acordo com Ana Theresa, nos últimos 12 meses, 200 mil proprietários de veículos Peugeot já foram atendidos. “Nenhum pediu o dinheiro de volta”, afirma. Essa tentativa de melhorar o atendimento parece já ter dado frutos. De acordo com a KBB, empresa especializada em pesquisa de preços de veículos que usa informações de classificados e anúncios, os Peugeot 3008 e 5008 figuram entre os modelos com menor desvalorização do país. Na edição de 2019, a Peugeot ainda se tornou a segunda colocada na pesquisa de satisfação do cliente realizada pela consultoria JD Power. Stellantis vem aí Além da mudança de imagem da marca, a Peugeot ainda espera uma mudança estratégica na PSA. Em 2021, o grupo deve concretizar a fusão com a FCA, dona de marcas como Fiat e Jeep, formando um dos maiores conglomerados automotivos do mundo, batizado de Stellantis. "As empresas ainda não fundiram. Enquanto ainda não acontecer, as empresas não estão sinérgicas", disse Ana Theresa. Questionada se já havia um diálogo aberto com a Fiat no Brasil, Ana Theresa foi direta na resposta: "Não. No momento, somos concorrentes diretos no segmento de veículos utilitários leves, quero vender mais do que eles". Porém, a executiva admitiu que os ganhos podem ser bastante relevantes. "Claro que como qualquer fusão, as oportunidades são vastas. Abrem-se oportunidades imensas",. concluiu. Nova fábrica de motores da Fiat, em Betim (MG) Leo Lara / Divulgação Fiat Espera-se que a fusão das empresas dê a tão sonhada escala para motores turbo em veículos Peugeot e Citroën. Porém, isso pode acontecer com os propulsores da família Firefly, desenvolvidos pela Fiat, e não com os PureTech de origem francesa. A marca italiana já disse em mais de uma ocasião que a produção dos novos 1.0 e 1.3 turbo terão início ainda este ano. VÍDEOS: veja conteúdos sobre carros híbridos e elétricos VIA: G1 > Auto Esporte

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